Mataviborá from JC by Julio Camelo

João era um rapaz tão novo e sonhador
O acaso lhe entregou uma arma

Não sabia como atirar
Mas mesmo assim atirou

Esse é o fim da história
que agora vou contar
de Jão Mata-Vibora

Seus pais foram assassinados
Os dois no mesmo dia
Acordou a criança no susto

Bateção de porta cadeira e mesa
o roubo aconteceu na madrugada de sexta

Sem entender mais nada dormiu infeliz
sonhou com 4 demonios enxofre e cicatriz

Cresceu no sofrimento e na dureza
Cuidou dos irmãos e resistiu a seca

Vendeu paçoca, pregador e miudezas
para no minimo ter comida na mesa

E essa comida não era bem assim
Era um pão para quatro dividir


Num futuro nao distante
a sua viagem derradeira
Para atender o seu destino
E matar aquele forasteiro

Rifagem malvada

Enfim passou muito tempo
e com tempo as pessoas esquecem
da face da maldade mas não esquecem
da vingança


O dia de jão-mata-vibora chegou
e agora ele está a olhar
o assassino direto ao semblante
e este não o reconhece

Naquela noite enluarada
Os dois se encararam frente a frente

E como um roedor sem suspeita
de um ataque aéreo à espreita

O matador olhou um cano longo fosco
que pra ele só dizia la vem sal grosso

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